Letra: Pedro Ayres Magalhães
Música: António Vitorino D’Almeida

Sim, foi assim que a minha mão  
Surgiu de entre o silêncio obscuro  
E com cuidado, guardou lugar
À flor da Primavera e a tudo

Manhã de Abril
E um gesto puro
Coincidiu com a multidão
Que tudo esperava e descobriu  
Que a razão de um povo inteiro  
Leva tempo a construir  
Ficámos nós Só a pensar Se o gesto fora bem seguro

Ficámos nós A hesitar
Por entre as brumas do futuro

A outra acção prudente
Que termo dava
À solidão da gente  
Que desesperava
Na calada e fria noite
De uma terra inconsolável  
Adormeci
Com a sensação
Que tínhamos mudado o mundo
Na madrugada
A multidão
Gritava os sonhos mais profundos  
Mas além disso
Um outro breve início  
Deixou palavras de ordem
Nos muros da cidade
Quebrando as leis do medo
Foi mostrando os caminhos
E a cada um a voz
Que a voz de cada era
A sua voz
A sua voz